domingo, 31 de outubro de 2010

se eu pudesse mudar o mundo



Se eu pudesse mudar o mundo
Por onde começaria
Já que os erros que se mostram
Aumentam a cada dia
Transformando a vida em sertão
Matando João, matando Maria
E tirando de poucos a fé
De que um dia a chuva viria?

Se eu pudesse mudar o mundo
Talvez não o mudaria
Porque para o mundo mudar
Primeiro eu precisaria
Mudar tudo que há dentro de mim
Aquilo que chamam porcaria
Um sentimento que domina o mundo
Em muitos Josés e muitas Marias
De querer abraçar o mundo com as pernas
Mesmo sem saber se caberia.

Então, para o mundo mudar
A mim primeiro transformaria
O meu coração de farrapos
A Deus ofertaria
E como o oleiro no barro
Nova pulsação moldaria
O ódio que às vezes me consome
Em amor se tornaria
O desprezo pelos mais fracos
Solidariedade, então, seria
A mentira, a ganância, a inveja
No abismo eu jogaria
E todos os meus castelos
Um por um destruiria
Então, com o meu eu transformado
Um novo homem seria
Comprometido em fazer do mundo
Um lugar de muita alegria.

O pão que de muitos roubava
Em abundância devolveria
No chão que a muitos privava
Muitas famílias assentaria
Se mendigos na rua houvesse
Às suas casas despediria
E a criança que morria de fome
Bem saudável cresceria.

A liberdade outrora aprisionada
Das correntes libertaria
A voz na garganta, sufocada
Bem mais forte gritaria
A bandeira de justiça e da paz
Neste mundo hastearia
O sorriso adormecido
Com certeza acordaria
O Evangelho da salvação
Ao mundo eu pregaria.

Guerras não mais haveria
A união resplandeceria
Em um mundo transformados
Com Josés e muitas Marias
Transformados, também, por dentro
Agindo com sabedoria
Colhendo os frutos do amor
Que a nova vida proporcionaria
Porque em momentos de fraqueza
Bem mais forte cada um seria.

Mudar o mundo, certamente
Já não mais precisaria
Se nós mudássemos, naturalmente
O mundo também mudaria
E a vontade do céu
Na Terra, então, se faria.

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