terça-feira, 14 de julho de 2015

O MITO DA INTOLERÂNCIA




Este mundo que Deus fez
É composto de grande biodiversidade
E de diversidade de seres humanos
Que, apesar de lutarem por igualdade
Declaram-se desiguais em tudo
E clamam por respeito e tolerância.

Alguns não toleram outros
Enquanto outros não toleram alguns
Então neste grande ninho de diferenças
Surgem os preconceitos e desrespeitos
Surgem o racismo e o separatismo
Erguem-se os altos muros da vergonha
Cria-se o ignóbil apartheid
Instauram-se comunismos e holocaustos
Guerras santas e guerras frias
Cruzadas e inquisições.

Não é isso o que Deus fez
Não foi isso que Deus criou!
Ele nos fez como coroas da criação
Iguais em absolutamente tudo
Dignos das mesmas coisas
Tirados do mesmo pó
Destinados ao mesmo ciclo de vida.
Nem desiguais nem melhores
Muito menos piores!
A cada um basta a sua própria humanidade
A cada um pertence a sua própria verdade
E cada um carrega a sua cruz.

Mas neste mundo a verdade se esconde
No discurso vazio dos ativismos
Que tentam impor sua própria ideologia
Não dando margem a questionamentos
Pervertendo a vida em seu intento
Criando subversivas e falsas teorias
Que os diferentes são levados a engolir
Sob o risco de padecer de intolerância!

Se neste mundo existe tanta diversidade
Há que se aceitar pensamentos diferentes
Há que se respeitar quem sente o contrário
Daquilo que faz parte do nosso itinerário
Porque se somos assim tão ímpares
Os outros ao nosso redor também são.

A minha religião não é a tua religião
A minha filosofia não é a tua filosofia
O meu partido não é o teu partido
O meu time não é o teu time
A minha música não tem o teu compasso
O meu poema não tem a tua rima
A minha tela não tem a tua pintura
No meu quintal na cresce a tua grama
No meu jardim não floresce a tua flor
A minha ferida não tem a tua dor.

É preciso liberdade entre os libertos
Para discordarem do quê não concordam
É preciso democracia entre os desiguais
Para defenderem suas próprias bandeiras
Sem sofrerem dano ou serem culpados
Por ir contra quem pensa o contrário.
Porque se não gosto de azul
Quero dizer: eu não gosto de azul!
Ou se não concordo com o amarelo
Quero ter o direito de dizer sem ser punido:
Eu não concordo com o amarelo
Para mim, o melhor é o roxo!

O mito da intolerância cala quem quer falar
Impõe o silêncio à humanidade
Instaura uma ditadura silenciosa
Onde as pessoas devem se curvar submissas
A uma ideologia que pretende dominar
Sem deixar espaço a questionamentos
Sem permitir-se criticar
Sem deixar-se avaliar
Emudecendo os que não lhes são iguais.

Intolerância é ódio e guerra
É desprezo, preconceito e destruição.
Pensar diferente não é intolerância
Expor o que pensa, também não.
Que haja o respeito e todos se deem as mãos
Cada um com o que é
Cada qual com o que faz
Produzindo o amor e promovendo a paz
Mas se dando sempre o direito
De eternamente discordarem-se
Continuando a viver
A plantar e a colher.


Mizael de Souza Xavier

14/07/2105

terça-feira, 30 de junho de 2015

MANUAL DO POETA APRENDIZ




O que é ser um poeta?
Existem muitas respostas a essa pergunta.
Será que o poeta é aquele que escreve poemas?
E ainda: existe alguma linguagem poética específica
Que defina que tal escritor é poeta de fato e de verdade?
Quanto os termos poeta e poesia nos vêm à mente
Em que pensamos?
Pensamos nos grandes poetas da humanidade
Que tiveram os seus nomes imortalizados
Em cadeiras cativas nas grandes academias de escritores.
Que escreveram grandes livros com sua obra poética
E que são lidos e relidos desde sempre e para sempre
Nas casas, nas escolas, nos documentários
No teatro e nas produções cinematográficas.

Quando assim pensamos, sentimo-nos tão pequenos
Tão ínfimos, tão indignos da insígnia de poetas
Que até nos envergonhamos daquilo que escrevemos.
Quem somos comparados com todas essas figuras ilustres
Esses baluartes e colunas da poesia?
O nosso coração, todavia se alegra
Se pegamos todas essas informações equivocadas
E as substituímos pela verdade que é uma só:
Tudo no mundo é poesia, tudo respira e inspira criação.

Mesmo sem dizer ou escrever uma só palavra
O céu nos dá todos os dias o espetáculo do nascer e do pôr do sol.
O que pode ser mais perfeito e mais poético
Que a lua que inspira tantos poetas e casais românticos?
Uma criança que nasce é pura poesia
Uma rosa ofertada, joelhos que se dobram em oração
Mãos que se estendem para ajudar ao próximo
Muros de separação que são demolidos
Povos apartados que passam a caminhar juntos.

Tudo é poesia até onde a imaginação e a inspiração alcançam:
Uma criança com câncer que luta pela vida
Os enfermos que são curados das suas feridas
O amor dos filhos pelos pais e dos pais pelos filhos.
Mesmo em meio a guerra, a poesia surge
Em meio a dor e ao sofrimento ela se faz presente.
Encontros e desencontros, conquistas e abandonos
Beijos e despedidas, idas e voltas, feridas e cicatrizes.

Fazemos com que a poesia aconteça diariamente
Somos a poesia, somos fruto da mente amorosa e criadora
Do poeta da nossa existência, do supremo da vida.
Tudo é verso, tudo é rima, tudo é poema sem sim.
Dentre todos nós que somos e vivemos a poesia
Que fazemos com que ela aconteça diariamente
Existem aqueles que desejam ir além e registrar o que pensam
Escrever o que sentem sobre o que vivem ou deixam de viver.
Fazendo uso de símbolos que chamamos de letras
Juntando-as de acordo com regras para formar palavras
Usam a pontuação, obedecem às normais gramaticais.
Alguns preferem ser livres, sem imposições ou limites
Não atentando para a rima ou a métrica.
De uma forma ou de outra, todos escrevem
Cada um no seu estilo, com a sua própria vida, sua alma.
Ah, se todos ousassem escrever!

Mas nem todos são considerados, nem todos são vistos
Nem todos abandonam o anonimato para se tornarem notórios.
Terá Deus escolhido alguns poetas para brilharem
Enquanto relegou outros a um completo anonimato?
Será que aqueles que não brilham como estrelas
Como astros reluzentes no firmamento dos grandes escritores
Não são poetas de verdade e não passam de uma fraude?

Quantos estão escondidos, escrevendo somente para si
Criando belos poemas que somente o caderno e a caneta leem
Eles olham para o topo da pirâmide literária
Contemplam a magnitude da obra de seres quase que deuses
E se retraem, escondendo-se, sentindo-se medíocres
Vivendo com medo dos olhares curiosos e reprovadores.

Pobres almas incompreendidas por si próprias!
Destino cruel de verdadeiros artistas!
Quando haverão de se amar e se valorizar?
Quando assumirão o maravilhoso dom da escrita?
Quando desviarão os olhos do que poderiam ser
Para reconhecerem e valorizarem aquilo que são?
Quando compreenderão que não é uma academia
Ou uma cadeira que os tornarão verdadeiramente grandes?

Quando os olhos se abrirem para assumir a verdade
Os poetas eclodirão como botões de flores a colorir o mundo
Eles serão tão incontáveis quanto os grãos de areia do tempo
Eles tomarão a terra e farão brotar do chão sementes de poesia.
Que grande revolução, que grande salto para a humanidade!
E todo poeta terá o seu espaço, o seu valor
E será tão grande quanto a sua própria poesia
Que o levarão até aos confins da terra, nos cantos mais longínquos
E o imortalizarão.

terça-feira, 16 de junho de 2015

LEIA OU MORRA TENTANDO (Aos poetas e poetisas do mundo inteiro)





Neste poema vou falar sobre um assunto
Que tem gente que vai sentir doer
Até mesmo as tripas.
Mas tenho um ditado que diz:
A verdade existe e deve ser dita.
Pois bem, o assunto que lhes trago
É poesia ou poema, chamem como desejar
Quem escreve este gênero de literatura
Arregale bem os olhos e leia tudinho
Sem nenhuma linha pular.

Tenho visto por aí muito poeta arrogante
Ou até mesmo alguns desinformados
Exibindo seu talento na rede social
Escrevem aqui, escrevem acolá
Poema de amor, de desamor
E etc. e tal.
Mas tem cidadão que não tem noção
E parece que não pensa na hora de escrever.
Escreve de um jeito tão complicado
Que nem com o dicionário do lado
A gente consegue ler.

Usa palavras estranhas e uma linguagem rebuscada
Desconhecida da maior parte da população
Se fosse só para doutor e crítico ler
Não tinha problema algum
Eles resolviam logo a questão.
Mas o tal poeta inventa de escrever livro
E coloca à venda seus poemas mirabolantes.
O povo lê e relê, não entende coisa alguma
Derrete os miolos e a confusão é grande.

Pior é quando esse artista
Como um gesto de grande humildade
Compartilha com os pobres mortais
Os seus poemas nas redes sociais.
As pessoas simples, coitadas
Algumas pouco alfabetizadas
Começam a ler, desistem e não querem ler mais.
É porque o poema não faz sentido na vida delas
Nem nada lhes acrescentou
Foi um ajuntamento de palavras
Que ao invés de descomplicar
Não disse nada e ainda complicou.
  
Daí você indaga ao dito poeta:
Que marmota é esta que você escreveu?
Li para mais de dez vezes, queimei todos os neurônios
E até a minha alma doeu.
Por favor, escreva algo que eu possa entender
Sentir, me emocionar e saborear
Como uma fruta suculenta, gostosa.
Não sou nenhum intelectual
E gosto de entender tudo o que leio
Seja em verso ou seja em prosa.

E aí o poeta erudito
Aspirando virar imortal na Academia Brasileira de Letras
Diz ao coitado do leitor: O problema é todo seu
Vá fazer uma faculdade e deixe das suas mutretas!
E ele ainda diz mais:
Não escrevo para ser compreendido
Nem para agradar a vossa senhoria!
Eu escrevo o que manda o meu coração
Conforme a minha inspiração
E a minha sabedoria.

E pro quadro ficar mais completo
E o leitor ficar esperto, ele dá o tiro fatal:
A poesia é minha, quem escreve sou eu
Se você não consegue entender vá ler um jornal.
E o leitor coitado, fica ali triste,
Achando ser burro e tapado.
Desiste da poesia por achar tão complicada
Diz: Já que eu não entendo nada
Vou deixar essa coisa de lado.

Vá me desculpando se você é um desses poetas
Mas entenda a minha indignação
Se o tal poeta não escreve para agradar ninguém
Porque não esconde os seus poemas
Do olhar da população?
Ora, se não é para ninguém entender
Nada daquilo que está escrito
Não escreva nenhum livro, nem publique na internet
Mas compartilhe apenas com o seu público
Seleto e restrito.

Mais respeito pelas pessoas:
Um poeta não existe sem o leitor!
Quando escrevo é para ser compreendido
E fazer diferença na vida de quem me lê
E isto é escrever com amor.
Não aspiro a Academia Brasileira de Letras
Nem fico estufado feito um gabola
O meu desejo é que a poesia que escrevo
Alcance a mente e o coração do leitor
Seja lida e apreciada
Pelo doutor no topo da pirâmide
Ou a criança estudante na escola.

Quero ser compreendido
E por isso insisto em escrever
Em linguagem descomplicada.
É claro que o poema é meu
Fui eu quem deu vida a ele
Mas quero que esta vida alcance outras pessoas
Da maneira mais acertada.
E se as pessoas lerem e nada compreenderem
Como ficarão satisfeitas?
Não posso ser egoísta e escrever só para mim
Mas se um dia eu fizer assim
É melhor que meus poemas fiquem escondidos
Trancados em uma gaveta.

Desculpem-me, caros poetas e poetisas
Se este poema longo que escrevi
Feriu o coração de alguém.
Mas sou muito sincero na minha opinião
E mesmo que eu tente não vejo razão
Para escrever um poema que não vai nem vem.
Ah, mas podem ter certeza
Que mesmo que eu discorde da sua forma de escrever
Sou adepto da liberdade
E para defender o seu direito de se expressar
Sou capaz até de morrer.

Então fica aí o recado
Quem leu, com certeza entendeu
E não vai precisar ficar matutando
Sejamos poetas transparentes, vivos, contentes
Ao invés de escrever em mistérios
Coisas que ninguém compreende.
Melhor é que todos possam apreciar
A mensagem que o poema passa
Alguns muito sérios, outros cheios de graça
Alguns inteligentes, outros nem tanto.
Sejamos amorosos com o leitor
Ao invés de escrever e depois lhe dizer:
Leia ou morra tentando.


Mizael de Souza Xavier

16/06/2015

domingo, 14 de junho de 2015

A CONVERSÃO




Eu me sinto tão perdido e sozinho
Angustiado, andando neste meu caminho
Preciso encontrar a paz porque não suporto mais sofrer
E tudo o que eu toco parece apodrecer.

Minhas mãos estão calejadas pelas lutas dessa vida que me assola
Eu já pensei em desistir, em trocar minha esperança por uma pistola
As lágrimas escorrem pelo meu rosto
Como chuva ácida elas caem no chão
Tenho um grito atravessado na garganta
Tenho um grande vazio dentro do meu coração.

Já não suporto mais viver preso nesta prisão sem muros
Eu preciso me libertar
Antes que bem cedo chegue o meu fim
E uma morte prematura eu tenha que enfrentar.
Já não sei quem sou, de onde vim ou para onde vou
Uma vida de hipocrisia foi tudo o que me restou.

A minha alma abatida pede socorro
Eu preciso de uma razão para viver
Mas todos os erros que eu cometi me perseguem e me acusam:
Você não é ninguém, a vida não precisa de você.

Agora sei que nada do que vivi valeu a pena
Os meus ídolos não conseguiram me salvar
E todas as mentiras em que acreditei a vida inteira
Não foram capazes de me fazer feliz
E elas não podem me libertar.

Lembro que alguém me disse que no céu existe um Deus
Mas sempre estive preso ao meu mundo material
Agora eu confesso que estou em dúvida
E já não sei qual será o meu destino final.

Acreditei no dinheiro, acreditei no poder
E nas coisas que eu usava para preencher o meu vazio
Mas agora olho pros lados e vejo que estou preso num labirinto
E tenho certeza que minha vida está por um fio.

Socorro! Meu coração dispara
De onde virá a minha salvação?
Socorro! A minha cova é rasa
E muitos são os pontos de interrogação!

“Calma, meu amigo, porque a sua vida não chegou ao fim
O seu destino está nas mãos de Deus
E Ele pode mudar a sua história
Pode fazer em você o milagre que fez em mim.”

Os meus pés estão cansados, já não tenho forças para prosseguir
Se a morte me encontrasse agora, nos seus braços eu iria partir.

“Não fale assim. A sua morte não é a saída
Muito melhor que morrer é escolher a vida.”

Escolher? Como escolher a vida eu que só semeei a morte?
Nada nem ninguém poderá mudar a minha sorte.

“Tudo é possível àquele que crê.”

Mas como será possível isso acontecer?

“Basta apenas você se arrepender de todo o seu coração
Buscar a Deus e se entregar ao seu amor
E pela fé aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador.”

Não posso, os meus pecados são grandes demais
Jamais acreditei em Deus e virei as costas
Sempre que me falaram do Evangelho
O jeito será morrer sem encontrar a paz que o mundo não me deu
Porque Deus jamais se importará com um pecador como eu.

“Você não conhece a graça e a misericórdia de Deus
A paz que existe nele o mundo não pode te dar
Foi por amor ao pecador que Ele enviou seu filho ao mundo
Para morrer na cruz para nos salvar.
Não importa o tamanho do seu pecado
Porque a salvação de Deus é muito maior
Entregue a tua vida nas mãos de Jesus
E ele com certeza te fará o seu melhor.”

O que devo fazer, então?
Diga-me, meu irmão.

“Crê no Senhor Jesus Cristo, porque está escrito:
Se com a tua boca confessares a Jesus como Senhor
E em teu coração creres que Deus o ressuscitou dos mortos
Serás salvo, porque Deus é amor.”

Sim, eu creio!

Eu aceito a Jesus, eu aceito a mensagem da cruz!