quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

transformação



Existe um vazio imenso
Difícil de preencher
Uma brasa a arder
Num fogaréu intenso
De um coração propenso
A não saber amar
Nem mesmo desfrutar
Da vida a sua beleza
Morto em sua dureza
Repleto de pesar.

De águas tenebrosas
Banha-se iludido
Não se vendo perdido
Um espinho sem rosas
Sem cores desejosas
Prossegue a divagar
Em tudo que é vulgar
E traz entorpecimento
Poluindo o pensamento
Impedindo o caminhar.

Em tristeza submerso
Como peixes no oceano
Renovando cada ano
O infinito regresso
A todo o inverso
Do que é verdadeiro
Seu eterno cancioneiro
De orgulho e rancor
A existência sensabor
De dezembro a janeiro.

Solitário em seu caminho
De amargura e sequidão
Animal sem coração
Ou criança sem carinho
Ovo fora do ninho
Não transmite calor
Nem compartilha amor
Uma pobre existência
De tão pouca consistência
Quase nenhum valor.

E quem poderá preencher
Criatura tão nefasta
Que na vida se arrasta
A cada amanhecer?
Quem poderá tecer
A nova realidade
Trazendo a deidade
Para diluir a dureza
Num Espírito de beleza
Onde o amor é verdade?

Da sujeira do lamaçal
E da escura sepultura
Onde tudo é feiúra
A Pedra fundamental
Acaba com o mal
No vazio faz morada
Na saída e na entrada
O amor faz transbordar
Nova criatura há
Por Jesus já transformada.

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