segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

espectro



Vejo o meu espectro caminhando lento na escuridão
Ele busca encontrar vida onde existe solidão e nada mais.
As coisas que deixei para trás são apenas lembranças vivas
De um tempo que já morreu e não mais voltará
São apenas o desejo de um dia encontrar em qualquer lugar
O que passou e não quer mais mostrar o seu regresso.
Tento entender como poderei seguir em frente assim
Longe de todos os sonhos que alimentaram a minha vida
Longe das respostas às perguntas que minha alma formula
Sobre o destino de um homem que deseja ser feliz
Que anseia por atracar num porto onde o futuro lhe sorria
Trazendo em suas mãos um destino diferente e menos sombrio.

Talvez eu deva me acostumar com meu espectro a vagar
A buscar socorro em olhares que jamais se voltam para mim.
Talvez eu deva me conformar com o vazio dos meus passos indecisos
Que até hoje, por mais que tenham caminhado insistentes
Jamais conseguiram encontrar o seu rumo mais perfeito
Ou um destino derradeiro, feito de coisas que jamais acabam.

Sei bem o que o meu coração deseja encontrar neste mundo
E compreendo que nada é da forma como sempre planejamos.
Mas olho para o céu todas as noites e vejo as estrelas cintilantes
Observo a lua que segue o seu ciclo de constante mutação:
Do início ao fim; do fim de volta ao início.
E penso: haverei de ser como as estrelas e a lua
Encontrarei o meu lugar no universo, minha razão de viver.

Mas meu espectro irá parar de vagar somente no dia
Em que eu conseguir me desfazer das amarras da inexistência
E me lançar fora do túmulo de solidão e esquecimento em que me encontro.
E este dia será aquele em que encontrarei o grande amor da minha vida
Porque somente nos braços da minha esperada amada
É que conseguirei encontrar a minha completude.
Somente quando estiver preso a um amor sincero e eterno
É que poderei me sentir completamente livre para viver
Longe dos espectros da minha vida
Longe da solidão que me assola e me faz sofrer.

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