terça-feira, 16 de novembro de 2010

ideais de um mundo inacabado



Corações cheios de conflitos
Mentes que choram de dor
Uma porta aberta pro vazio
A inocência espalhando o terror.

Uma vela acesa na escuridão
Flores enfeitando o túmulo
Vidas que chegam ao fim
Ódio que chega ao cúmulo.

A paranóia insistente, degradante
Fere a sociedade espalhando a morte e caos
Tudo que é novo não é mais como era antes
O homem segue evoluindo, transformando o seu mal.

Uma vala, uma cova, um buraco, uma cilada
Um corpo com saúde cai vitimado pela bala
Controle remoto, comandantes da chacina
“Faz o que te mando ou senão tu vai pra cima”.

E a verdade é que vivemos dentro de uma prisão sem muros
Porque dentro de nós mesmos não estamos seguros
O pino da granada foi atirado fora
É hora de dar adeus, é hora de ir embora.

Mas vou preservar os sonhos que inventei
De um mundo paralelo onde sobreviverei
Não é uma sociedade alternativa, meu amigo
É apenas uma chance de viver fora de perigo.

Não quero ser medíocre, jamais serei diminuído
Conheço o meu valor, sei em quem tenho crido
Infelizmente para muitos o muro é mais alto
A paz é invadida, tomada de assalto.

E o que resta é apenas a sombra da esperança
Desfigurada pelo medo de viver e de lutar
Mas enquanto houver vida e o coração pulsar
Sei que no céu existe Deus e eu posso confiar.

Ilusões em formas injetáveis
Transparências de um mundo-cão
Ostracismo dilacera a carne
O vazio encerra a rendição.

Idéias de um mundo abstrato
Escombros ferem a solicitude
O sangue mancha o chão de vermelho
Mas eu fiz o melhor que pude.

Quanto mais há choro, mais vidas são dizimadas
Mãos estendidas, formas de vidas inacabadas
O céu,o asfalto, o suor, o preconceito
Os titãs contemplam e não enxergam algum defeito.

Até quando os olhos estarão cerrados?
Até quando os ouvidos estarão interditados?
Até quando a boca estará silenciada, sentenciada?
Até quando os braços estarão cruzados?

Não, nós não somos descendentes dos macacos
Também não somos obrigados e viver como primatas
Dizemos que temos caráter, moral, dignidade
E afirmamos ter leis que devem ser observadas.

Não, eu não quero ver o meu próximo morrer
Nas mãos de uma sociedade reacionária, hipócrita
Está na hora de gritar, mudar essa história
E desistir de ser chamado de escória.

Ergue os olhos para o céu
É de lá a vitória.

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