neste blog todos poderão encontrar os meus melhores textos e poesias que farão parte dos meus livros
sexta-feira, 28 de março de 2014
quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014
É SÓ O FIM
É
só o fim
Eles correram para o
meio do mato
Estavam de pés descalços
Suavam frio
Estavam desesperados.
Os espinhos feriram sua
pele
Mas não podiam parar
Era preciso se esconder
Era preciso se ocultar.
Pararam debaixo de uma
árvore
Seus corações acelerados
Trocaram olhares vazios
Palavras ditas sem
razão.
O que fazer agora?
O que vai acontecer?
O seu passado eles
conheciam
Eles não queriam morrer.
Uma arma contra o peito
Nada além do som do
vento
E num momento de aflição
As lágrimas começaram a
cair.
Que vida é essa que
escolheram?
Tudo em volta agora é
caos
Seria possível voltar
atrás?
Seria possível acordar?
Relembraram a sua infância
Quando gostavam de
soltar pipa
De jogar bola ao fim da
tarde
De ir a Igreja no
domingo.
Relembraram as escolhas
E as decisões erradas
E agora escondidos em
seu vazio
Tinham medo do destino.
O latido dos cães ecoou
Sirenes e passos
decididos:
“Eles estão escondidos
aqui
Agora eles não escapam”.
Os dois correram
apressados
Como que fugindo do
inferno:
“Meu Deus, que vida
escolhi
Senhor salva a minha
alma”.
Os tiros dados em meio à
mata
Selou aqueles dois
destinos
Baleados pelas costas
Sentindo o sangue na
garganta.
A família soube depois
E foram poucos os que
choraram
A justiça não investigou
Viraram apenas
estatística.
A infância trocada
Por uma lata de cola
E o futebol no fim da
tarde
Por uma pistola 380.
O futuro soterrado
Sobre os escombros da
mentira
Que vida é essa?
Que fim é esse?
Morreram abraçados
E pediram perdão a Deus:
“Salve nossos amigos
Enquanto eles ainda têm
tempo”.
Mizael de Souza Xavier
26/02/2014
17:38hs
CHUVAS E PEDRAS
Sobre todas as coisas
que vivi
Eu nem podia imaginar
Que as lembranças fossem
bombas
A explodir em minha
mente
Em meio à guerra que há
em mim
Então me pus a chorar.
E quando as lágrimas
começaram a escorrer
Molhando o caminho por
onde eu passava
Percebi que sementes
germinavam
Dos sofrimentos que
passei
E então assim eu pude
entender
Que por mais insana que
a vida seja
Sempre haverá frutos
para colher.
O que plantei lá no
passado
Talvez tristezas e
desilusões
Talvez sonhos que jamais
realizei
Hoje me encaram e
denunciam
Que valeu a pena cada
passo que foi dado
Porque mesmo que eu
tenha me machucado
O importante é que do
caminho
Eu jamais desisti.
Eu quero cantar quando a
chuva cair
Quanto o temporal se
abater sobre mim
Festejar cada lágrima
que rolar
E a noite eu vou dormir tranquilo
Sabendo que as flores se
abrirão
E todas as cores e
perfumes
Hão de colorir o meu
jardim
Por isso insisto em
continuar
Por isso insisto em
acreditar.
Um dia no rio da
desesperança
Lancei a rede e pesquei
tormentos
Coisas que me feriram a
alma
E agora que recobrei a consciência
E navego pelo mar que um
dia rejeitei
Não olho para as grandes
ondas
E nem para os tubarões
Porque sei onde quero
chegar.
E no momento exato em
que eu pôr os pés
Na areia molhada da
praia
Saberei do que já sabia:
Que embora o mundo lhe
atire pedras
Você pode sobreviver a
elas
Mesmo que as pedras
sejam você
E que basta apenas ter
fé
Para lutar e para
vencer.
segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
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