quinta-feira, 16 de setembro de 2010

poema nojento de desamor



Não vou ficar lambendo as feridas
De um tempo que já morreu
Mas vomitarei todas as palavras
Que meu coração pôde dizer
Palavras que poluem minha mente
Fétidas como o esgoto
Em seu tempo foram tão perfeitas
Mas hoje me deixam roto.

O veneno do teu amor fingido
Corroeu o meu coração
Mas as feridas já cicatrizaram
E os vermes que me consumiam
E se alimentavam da minha dor
Jamais se fartarão novamente
Porque não sou mais um cadáver
E não estou mais putrescente.

Os esqueletos tirei do armário
E as traças que me mitigavam
Hoje já não me assolam mais
Os meus nós já foram todos desatados
E a mordaça que me calava
Já não pode me impedir de gritar
De dizer a plenos pulmões:
Estou vivo, estou feliz
Estou pronto para de novo amar.

O que você é, então, para mim?
Um fantasma que não me assombra mais
Um pedra enorme que usei
Para construir mais um degrau
E poder subir um pouco mais
Longe do lamaçal da tua existência
E mais perto da felicidade
Distante da tua prisão cruel
E liberto da tua falsidade.

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